Por que Battlefield 6 pode ser o melhor shooter em anos?

Quando o beta de Battlefield 6 abriu suas portas no último fim de semana, uma verdade ficou clara: a icônica franquia de FPS está finalmente voltando às suas raízes. Após anos de declínio que começaram depois do aclamado Battlefield 1, a série que já foi a principal concorrente de Call of Duty está demonstrando sinais de um renascimento impressionante que tem atraído tanto veteranos quanto novos jogadores.

A DICE e a EA parecem ter aprendido com os erros de Battlefield V e do problemático Battlefield 2042, retornando aos elementos fundamentais que fizeram a franquia brilhar: destruição ambiental massiva, classes bem definidas e batalhas em larga escala que nenhum outro FPS consegue replicar com a mesma intensidade.

O primeiro fim de semana de beta atraiu um número impressionante de jogadores, sinalizando que o interesse pela franquia permanece forte apesar dos tropeços recentes. E não é para menos – após jogar intensivamente durante esse período, fica evidente que Battlefield 6 tem potencial para ser o jogo que os fãs esperavam há quase uma década.

1. A evolução da franquia Battlefield

Todos os Battlefields de todos os tempos! Na ordem correta desta vez. : r/ Battlefield

Para entender a importância do lançamento de Battlefield 6, precisamos olhar para a rica história da franquia. Durante a maior parte dos anos 2010, Battlefield dominou uma parcela significativa do mercado de FPS com títulos memoráveis que definiram o gênero. Battlefield 1943 introduziu a destruição ambiental que se tornaria marca registrada da série, enquanto Bad Company 2 aperfeiçoou essa mecânica com cenários que podiam ser completamente demolidos.

Battlefield 3 e 4 elevaram o patamar gráfico e de jogabilidade, oferecendo combates em veículos e batalhas de infantaria perfeitamente integrados. O auge veio com Battlefield 1, ambientado na Primeira Guerra Mundial, que recebeu aclamação crítica por sua atmosfera imersiva e narrativa impactante.

No entanto, os problemas começaram a surgir. Battlefield V, apesar de suas qualidades, sofreu com controvérsias de marketing e falta de conteúdo no lançamento. O verdadeiro golpe veio com Battlefield 2042, que abandonou elementos essenciais da série como o sistema de classes tradicional em favor de “especialistas”, uma mudança que a comunidade rejeitou veementemente.

Enquanto isso, uma tentativa de levar a franquia para dispositivos móveis nunca se concretizou, deixando ainda mais evidente que a série estava à deriva. A EA, percebendo a gravidade da situação, tomou uma decisão sem precedentes: criou o Battlefield Studios, um estúdio dedicado exclusivamente a devolver a franquia aos seus dias de glória.

Esse novo estúdio reuniu veteranos que trabalharam nos títulos mais celebrados da série, com a missão clara de entender o que fez Battlefield ser especial e trazer esses elementos de volta em Battlefield 6.

2. Sistema de classes renovado

Soldado em close-up usando capacete tático e equipamento de comunicação em Battlefield 6, mostrando o alto nível de detalhe dos personagens e a qualidade gráfica do jogo.
O sistema de classes renovado em Battlefield 6 é complementado pelo impressionante nível de detalhe visual dos personagens, com equipamentos específicos para cada função de combate.

Uma das maiores críticas a Battlefield 2042 foi o abandono do sistema tradicional de classes em favor de especialistas com habilidades únicas – uma tentativa mal-sucedida de seguir tendências de outros jogos populares. Battlefield 6 corrige esse erro com o retorno triunfal das quatro classes icônicas que definiram a identidade da série.

A classe Assault volta como a espinha dorsal da infantaria, equipada com rifles de assalto versáteis e explosivos para enfrentar veículos leves. Seu papel é liderar ataques e se envolver diretamente em combates de média distância, mantendo a pressão sobre o inimigo e capturando pontos de controle.

Os Engineers são essenciais para o combate veicular, armados com lançadores de foguetes anti-tanque e ferramentas de reparo. Esta classe é vital tanto para neutralizar veículos inimigos quanto para manter os aliados funcionando durante as batalhas prolongadas, criando um equilíbrio estratégico fundamental.

A classe Support retorna com seu papel de suporte logístico, fornecendo munição, caixas médicas e ressuscitando aliados caídos. Equipados com metralhadoras leves que oferecem alto poder de supressão, eles são fundamentais para segurar posições e apoiar avanços da equipe.

Completando o quarteto, os Recons mantêm seu papel clássico de reconhecimento e combate à distância. Armados com rifles de precisão e dispositivos de detecção de movimento, eles podem marcar inimigos e fornecer informações cruciais para toda a equipe enquanto eliminam alvos à distância.

Cada classe agora possui um sistema de progressão próprio, permitindo desbloquear armas, gadgets e personalizações específicas conforme você acumula experiência. Isso incentiva os jogadores a experimentarem diferentes estilos de jogo e formarem esquadrões equilibrados, recuperando a dinâmica de trabalho em equipe que sempre foi o coração da série.

3. Destruição ambiental e design de mapas

Quatro soldados de costas observando uma cidade em chamas com explosões e aeronaves militares sobrevoando, demonstrando a destruição ambiental em larga escala de Battlefield 6.
A destruição em larga escala retorna como elemento central em Battlefield 6, transformando completamente o campo de batalha à medida que os combates se intensificam.

Se há um elemento que sempre diferenciou Battlefield de seus concorrentes, é a destruição ambiental. Battlefield 6 eleva essa característica a novos patamares, retornando à filosofia de Bad Company 2, onde praticamente qualquer estrutura poderia ser reduzida a escombros. Diferente de The Finals, que foca em ambientes internos, Battlefield 6 combina destruição de edifícios com vastos campos de batalha externos.

Os prédios agora colapsam de maneira progressiva e realista. Uma granada pode abrir um buraco em uma parede, tiros de tanque podem derrubar fachadas inteiras, e bombardeios aéreos podem transformar um vilarejo em um campo de ruínas. Esta destruição não é apenas espetacular visualmente, mas transforma fundamentalmente a jogabilidade durante uma partida.

O design dos mapas foi meticulosamente planejado para complementar este sistema de destruição. Embora o beta não tenha revelado todos os mapas, os disponíveis mostram uma variedade impressionante de ambientes. “Urban Decay” apresenta uma cidade moderna parcialmente demolida, com arranha-céus que podem ser escalados e demolidos estrategicamente. “Mountain Outpost” oferece combates em diferentes altitudes em uma base militar nas montanhas, com pontes e túneis que podem ser destruídos para bloquear rotas de avanço.

Cada mapa conta com pontos de interesse cuidadosamente posicionados que servem como focos naturais de conflito. Usinas de energia, centros de comunicação e depósitos de suprimentos não são apenas cenários visualmente distintos, mas objetivos estratégicos que incentivam diferentes abordagens táticas.

A destruição ambiental tem impacto direto nas táticas de jogo. Um esquadrão pode criar suas próprias rotas através de paredes, destruir cobertura inimiga ou até mesmo derrubar um edifício inteiro sobre forças inimigas. Com o progresso da partida, a paisagem se transforma completamente, forçando adaptação constante e criando momentos únicos em cada jogo.

4. Arsenal e veículos

The Ultimate Guide for Battlefield 6 | GAM3S.GG

Um dos aspectos mais impressionantes da beta de Battlefield 6 é o vasto arsenal à disposição dos jogadores. As armas estão categorizadas por classes, mas com flexibilidade suficiente para permitir loadouts personalizados que se adaptam a diferentes estilos de jogo dentro de cada função.

Para a classe Assault, temos rifles de assalto como o AK-24, M5A3 e SCAR-H, cada um com características distintas de recuo, cadência de tiro e dano. Engenheiros têm acesso a carabinas compactas como o PP-29 e o MP9, ideais para combates em espaços confinados enquanto se movem para reparar veículos ou plantar explosivos.

A classe Support domina com metralhadoras como a PKP Pecheneg e a M240B, capazes de suprimir áreas inteiras com fogo contínuo, enquanto os Recon podem escolher entre rifles de precisão como o SWS-10 para tiros de longa distância ou o DXR-1 para eliminações com um único disparo.

Cada arma conta com um extenso sistema de personalização, permitindo modificar miras, canos, coronhas e carregadores para adaptar o comportamento da arma às suas preferências. Um M5A3 pode ser configurado tanto para engajamentos de longa distância quanto para combates corpo a corpo, dependendo dos acessórios escolhidos.

Os veículos são igualmente diversificados e impressionantes. No campo de batalha terrestre, os jogadores podem comandar tanques como o M1A5 Abrams e o T-28, veículos blindados de transporte como o LATV4 e até mesmo veículos leves como quadriciclos para rápida movimentação. Nos céus, helicópteros de ataque como o Apache e o Mi-28 Havoc dominam, enquanto jatos como o F-35E Panther e o SU-57 Felon oferecem supremacia aérea.

O balanceamento entre infantaria e veículos parece bem ajustado nesta beta. Veículos são poderosos, mas vulneráveis a engenheiros bem posicionados e trabalho em equipe coordenado. Cada veículo possui pontos fracos específicos que podem ser explorados, e o sistema de “críticos” permite danificar subsistemas como motores, armamentos e mobilidade antes da destruição completa.

O sistema de desbloqueio de equipamentos segue um modelo de progressão que recompensa o uso consistente de cada classe e veículo, com novos itens e customizações sendo liberados à medida que você acumula pontos de experiência específicos.

5. Modos de jogo e escala das batalhas

Will Battlefield 6 have a server browser? | GamesRadar+

A beta de Battlefield 6 impressiona com a quantidade de conteúdo disponível, oferecendo quatro modos de jogo distintos que capturam a essência da série enquanto trazem refinamentos importantes para a experiência.

O modo Conquest, marca registrada da franquia, retorna com mapas expansivos onde duas equipes competem pelo controle de múltiplos pontos estratégicos. Diferente de outros FPS que limitam partidas a 12-24 jogadores, Battlefield 6 suporta até 128 jogadores simultaneamente em consoles e PCs de última geração (64 jogadores em hardware mais antigo). Isso cria uma sensação de guerra genuína, com múltiplos confrontos ocorrendo em diferentes frentes.

O modo Breakthrough divide os jogadores em atacantes e defensores. Os atacantes devem capturar pontos sequencialmente para avançar pelo mapa, enquanto os defensores tentam esgotá-los de recursos. Este modo apresenta uma nova mecânica de “reservas de soldados” – cada time possui um número limitado de respawns, tornando cada vida significativa e incentivando jogadas mais táticas e menos impulsivas.

King of the Hill concentra a ação em um único ponto de controle que se move pelo mapa, forçando constante adaptação e movimento. Este modo é mais rápido e intenso, perfeito para sessões de jogo mais curtas, enquanto Domination oferece uma versão reduzida de Conquest, focada principalmente em combate de infantaria em áreas menores do mapa.

Para a segunda beta , a EA prometeu adicionar os modos Rush e Squad Deathmatch. Rush é particularmente aguardado pelos veteranos, pois foi um dos modos mais populares em Bad Company 2 e Battlefield 3, onde atacantes precisam plantar bombas em objetivos específicos enquanto os defensores tentam impedi-los.

Uma das mecânicas mais interessantes introduzidas é a capacidade de arrastar aliados caídos para locais seguros antes de ressuscitá-los. Isso adiciona uma camada extra de tática ao papel de suporte médico, permitindo salvar companheiros que caíram em áreas expostas. Combinada com o sistema limitado de respawns, esta mecânica valoriza ainda mais o trabalho em equipe e a coordenação entre os jogadores.

O sistema de reservas de soldados é particularmente inovador, transformando cada morte em uma perda estratégica para a equipe. Quando um time esgota suas reservas no modo Breakthrough, os jogadores não podem mais retornar até a próxima fase, criando momentos dramáticos onde um único esquadrão sobrevivente pode mudar o rumo da batalha.

6. Desempenho técnico e visual

Battlefield 6 Engine Choice: Frostbite Over Unreal Engine 5

Tecnicamente, Battlefield 6 demonstra que a EA investiu pesadamente na evolução do motor Frostbite para 2025. Visualmente, o jogo é deslumbrante, com iluminação volumétrica que cria raios de sol realistas através da fumaça e poeira levantada pelos combates. Os efeitos de partículas são particularmente impressionantes, com detritos, faíscas e explosões que parecem quase tangíveis.

As texturas em alta resolução e os modelos detalhados de personagens elevam o realismo visual, especialmente em consoles de última geração e PCs high-end. Os soldados apresentam expressões faciais detalhadas e animações naturais, enquanto seus equipamentos e uniformes demonstram um nível de detalhe sem precedentes na série.

O áudio merece destaque especial. O sistema de áudio 3D permite localizar com precisão a origem dos tiros, passos e explosões, criando uma imersão sonora impressionante com headphones. O som posicional é tão preciso que muitos jogadores relatam poder identificar a localização de inimigos apenas pela audição.

Em termos de desempenho, a beta mostrou resultados variados dependendo da plataforma. No PlayStation 5 e Xbox Series X, o jogo mantém 60 FPS estáveis na maior parte do tempo, com raras quedas durante explosões particularmente intensas. O PC é onde o jogo realmente brilha, aproveitando hardware moderno para oferecer taxas de quadros muito superiores e detalhes visuais adicionais.

Como esperado em uma beta, alguns problemas técnicos foram identificados. Ocasionalmente, texturas demoram a carregar completamente, especialmente ao entrar rapidamente em veículos. Alguns jogadores relataram problemas de sincronização em servidores lotados, resultando em hit registration inconsistente. A boa notícia é que estes são exatamente os tipos de problemas que betas devem identificar, e há tempo suficiente até o lançamento em outubro para corrigi-los.

Os requisitos de sistema para PC ainda não foram oficialmente divulgados, mas com base no desempenho da beta, jogadores com GPUs da geração RTX 3000/RX 6000 ou superior não devem ter problemas para rodar o jogo com configurações médias a altas. CPUs com pelo menos 6 núcleos parecem ser o mínimo recomendado para uma experiência fluida.

Battlefield vs. Call of Duty em 2025: A batalha pela supremacia dos FPS

Battlefield 6 rouba a cena antes do lançamento, enquanto Call of Duty: Black Ops 7 enfrenta recepção morna - levelupnews.com.br

A eterna rivalidade entre Battlefield e Call of Duty ganha um novo capítulo em 2025, com ambas as franquias apostando em abordagens fundamentalmente diferentes para conquistar o público. Enquanto Battlefield 6 retorna às suas raízes de combate em larga escala e destruição ambiental, Call of Duty mantém seu foco em ação rápida e intensa em mapas mais contidos.

A principal diferença entre as duas franquias continua sendo a escala e o ritmo. Battlefield 6 abraça o caos controlado de batalhas massivas onde dezenas de jogadores, veículos e destruição ambiental criam momentos emergentes e imprevisíveis. Call of Duty, por outro lado, oferece uma experiência mais cuidadosamente coreografada, com mapas menores que favorecem reflexos rápidos e engajamentos individuais.

Em termos de design de jogo, Battlefield enfatiza o trabalho em equipe e a coordenação entre diferentes classes, tornando-o mais acessível para jogadores que preferem contribuir de outras formas além de simplesmente eliminar oponentes. Call of Duty, com seu tempo de morte extremamente rápido e mecânicas de movimento mais ágeis, favorece jogadores com reflexos apurados e conhecimento meticuloso dos mapas.

O ecossistema de jogos FPS em 2025 está mais diversificado do que nunca. Além da batalha entre esses dois gigantes, títulos como The Finals estão encontrando seu espaço com abordagens inovadoras. The Finals, por exemplo, leva a destruição ambiental a extremos ainda maiores que Battlefield, mas em arenas menores e mais densas, criando uma experiência híbrida interessante.

Para jogadores que abandonaram Battlefield após as decepções de Battlefield 2042, o sexto título representa uma oportunidade de retorno. A EA claramente estudou o que afastou sua base de fãs e está corrigindo o curso com um título que honra o legado da série enquanto incorpora melhorias técnicas modernas.

Os dois titãs dos FPS também diferem significativamente em seus modelos de monetização. Enquanto Call of Duty adotou um modelo que integra fortemente seu battle royale gratuito (Warzone) com títulos premium anuais, Battlefield 6 parece apostar em um modelo de suporte de longo prazo para um único jogo, com expansões e atualizações regulares, semelhante ao que vemos em jogos como Rainbow Six: Siege.

A segunda beta de Battlefield 6, lançada em 14 de agosto, será crucial para determinar se o jogo tem o potencial de reconquistar sua posição de destaque no gênero. O lançamento completo em 10 de outubro colocará à prova se a revitalização da franquia será bem-sucedida a longo prazo ou se Call of Duty manterá sua dominância no mercado de FPS.

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