Novo avanço em Compressão Neural de Texturas da Nvidia reduz demanda de VRAM

A tecnologia de compressão neural de texturas, que vem sendo pesquisada desde 2022 pela Nvidia, pode finalmente se tornar uma solução prática para jogos nos próximos anos. Um novo estudo acadêmico apresentado no evento High Performance Graphics 2025 conseguiu resolver um dos principais obstáculos que impediam sua adoção real: a forma como as texturas eram processadas na GPU.

Esse avanço foi comentado pelo pessoal da Digital Foundry. Segundo Alex Battaglia, o estudo representa um passo importante que pode transformar a forma como jogos são renderizados, economizando espaço, melhorando a qualidade e exigindo menos da memória da placa de vídeo.

O que é compressão neural de texturas?

Em vez de armazenar texturas, como superfícies de parede, chão, roupas ou rostos, em arquivos tradicionais, a ideia por trás da compressão neural é guardar essas informações em um formato mais leve e reconstruí-las em tempo real, direto na placa de vídeo.

Essa reconstrução usa os núcleos de inteligência artificial que já existem nas GPUs modernas (como os tensor cores da Nvidia).

Compressão neural de texturas NVIDIA
Imagem: Digital Foundry/Reprodução

Com isso, o jogo não precisa carregar texturas pesadas do disco ou da memória, o que ajuda a economizar espaço e largura de banda.

Segundo as demonstrações da própria Nvidia, essa tecnologia pode reduzir o uso de memória gráfica (VRAM) em até 87% em relação aos formatos tradicionais.

Por que a tecnologia ainda não era usada em jogos?

Apesar do potencial, havia um problema técnico sério: essas texturas reconstruídas não conseguiam ser filtradas corretamente pela GPU. Na prática, as texturas ficavam com defeitos visuais, como granulação e ruído, especialmente quando vistas de perto ou em movimento.

Compressão neural de texturas NVIDIA
Imagem: Digital Foundry/Reprodução

Até então, a única forma de “suavizar” essas falhas era usar técnicas como DLSS ou TAA (anti-aliasing temporal), mas o resultado não era tão bom quanto a filtragem feita diretamente pela GPU com texturas comuns.

A solução desenvolvida no novo estudo

Chamado de Collaborative Texture Filtering, o novo método usa recursos do DirectX 12 para permitir que diferentes partes da GPU compartilhem informações durante o processo de renderização.

Isso possibilita uma filtragem mais precisa sem perder desempenho, algo que antes parecia inviável.

Compressão neural de texturas NVIDIA
Imagem: Nvidia/Reprodução

Com essa abordagem, a imagem final fica praticamente idêntica ao que se obteria com a filtragem tradicional de texturas, mas com muito menos uso de memória e dados.

Se adotada nos jogos, essa tecnologia pode:

  • Melhorar a qualidade das texturas mesmo em máquinas com menos VRAM
  • Reduzir o tempo de carregamento e o espaço necessário para armazenar jogos
  • Evitar problemas de desempenho quando o jogo carrega muitas texturas ao mesmo tempo
  • Facilitar o desenvolvimento de jogos com mundos mais ricos e detalhados

Além disso, a compressão neural pode ajudar a resolver um problema crescente: a dificuldade de escalar o hardware das placas de vídeo.

Nem sempre é possível dobrar a quantidade de memória gráfica a cada nova geração, e soluções como essa ajudam a contornar essa limitação com eficiência de software.

E para os consoles?

A tecnologia também pode ter impacto direto no design dos futuros consoles. Hoje, muito do desempenho gráfico depende de SSDs rápidos para carregar dados constantemente.

Com a compressão neural, parte dessas informações pode ser gerada na própria GPU, o que reduz a necessidade de buscar tantos dados do armazenamento.

Isso pode, por exemplo, permitir consoles com menos VRAM e SSDs mais simples, mas com qualidade gráfica semelhante à dos sistemas atuais mais avançados.

A compressão neural de texturas passou de conceito experimental para uma técnica cada vez mais viável graças à nova abordagem apresentada no estudo Collaborative Texture Filtering.

A tecnologia promete melhorar o desempenho, reduzir uso de memória e manter a qualidade visual em jogos, além de abrir novas possibilidades para o design de hardware, tanto em PCs quanto em consoles.

Com o suporte de empresas como Nvidia, Intel e AMD, e o interesse crescente da indústria em soluções baseadas em inteligência artificial, a expectativa é que os primeiros jogos com compressão neural apareçam ainda nesta década, inclusive, provavelmente com a primeira revelação em algum evento da NVIDIA.

Mas você pode esperar sentado e ainda, com certeza, exigir da NVIDIA placas de vídeo com capacidades de VRAM maiores. Também vale a pena ouvir os comentários completos da Digital Foundry sobre o tema para mais detalhes!

Fontes: Digital Foundry e Bart Wronski.

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