O console da Microsoft virou alvo de memes e previsões apocalípticas nos últimos meses. “Xbox está morto”, dizem por aí. No entanto, entre todas as críticas e o inegável domínio da PS5 no mercado, meu Xbox Series X continua sendo o console que ligo quase todos os dias. Não por lealdade cega à marca, mas por razões práticas e experiências que vou compartilhar com você agora. O Xbox não está morto – longe disso – e aqui estão os motivos reais pelos quais continuo fiel ao ecossistema verde, mesmo possuindo outros consoles.
Por que alguns estão decretando a “morte” do Xbox em 2025?
Não é segredo que a Microsoft enfrenta dificuldades nas vendas de hardware. Basta entrar em uma loja física para notar como os jogos de Xbox ficam relegados a um canto distante, enquanto os títulos de PS5 e Nintendo Switch ocupam as vitrines principais. A decisão recente de trazer jogos antes exclusivos do Xbox para plataformas concorrentes alimentou ainda mais essa narrativa.
Quando a empresa anunciou que Forza Horizon 5 chegaria ao PS5 (e com versão otimizada para o PS5 Pro), muitos fãs do Xbox interpretaram como uma bandeira branca. Afinal, se o melhor jogo de corrida arcade da Microsoft agora roda melhor no console do concorrente, qual seria o apelo de comprar um Xbox?
A verdade é mais complexa. A Microsoft está claramente mudando sua estratégia, transitando de uma empresa focada em hardware para uma provedora de serviços e experiências de jogos. Essa mudança faz sentido do ponto de vista financeiro, especialmente quando consideramos o tamanho da base instalada do PlayStation 5, estimada em mais de 50 milhões de unidades globalmente.
No Brasil, onde o preço dos consoles é significativamente maior devido a impostos, essa mudança estratégica ganhou contornos ainda mais evidentes. Enquanto o PS5 continua sendo o objeto de desejo da maioria dos jogadores brasileiros, o Xbox encontrou seu próprio caminho para conquistar uma fatia do mercado nacional.
Game Pass: a vantagem que me mantém no ecossistema Xbox

O serviço de assinatura da Microsoft é, sem dúvida, o principal motivo pelo qual meu Xbox Series X permanece ligado quase diariamente. Pago R$ 34,99 mensalmente pelo Game Pass Core (antes Xbox Live Gold) e tenho acesso a uma biblioteca com mais de 25 jogos que mudam periodicamente. Também existe a opção do Game Pass Ultimate por R$ 59,99, que oferece uma biblioteca ainda mais robusta, com jogos para PC e recursos de nuvem.
Quando comparamos o custo anual do Game Pass (R$ 719,88 na versão Ultimate) com o preço médio de três lançamentos AAA no Brasil (aproximadamente R$ 350 cada, totalizando R$ 1.050), a economia se torna evidente. Além disso, não preciso me comprometer com um jogo antes de testá-lo — posso experimentar diversos títulos sem o risco de gastar em algo que não me agrade.
Comparativo de custos anuais:
Serviço | Custo mensal | Custo anual | Jogos de lançamento |
---|---|---|---|
Game Pass Core | R$ 34,99 | R$ 419,88 | Multiplayer online + 25 jogos |
Game Pass Ultimate | R$ 59,99 | R$ 719,88 | Day one + EA Play + Nuvem |
Compra tradicional | — | R$ 1.050,00+ | 3 jogos AAA por ano |
Nos últimos meses, experimentei “Indiana Jones and the Great Circle” e “The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered” no dia do lançamento sem pagar nada além da minha assinatura mensal. Alguns desses jogos, como o próprio Indiana Jones, custam até R$ 350 nas lojas — praticamente o valor de seis meses de Game Pass Core.
Outro aspecto que valorizo é a descoberta de jogos menores que provavelmente nunca experimentaria se precisasse comprá-los individualmente. Títulos como “Blue Prince” e “Kunitsu-Gami: Path of the Goddess” não estavam no meu radar, mas se tornaram experiências memoráveis graças ao Game Pass.
Meu PS5 está juntando poeira (e não me sinto mal por isso)
A Sony também tem sua versão de serviço de assinatura, o PlayStation Plus, e cheguei a assiná-lo por um ano quando adquiri meu PS5. No entanto, a abordagem da empresa japonesa é bastante diferente, focando em jogos de terceiros, títulos first-party mais antigos e clássicos de gerações passadas. Não há exclusivos no dia do lançamento, o que diminui significativamente o apelo do serviço para mim.
Apesar do PS5 ainda estar conectado à minha TV, raramente o ligo. A produção first-party da Sony nesta geração não me conquistou como aconteceu na era do PS4. Quando finalmente consegui comprar um PS5 em 2023, passei algumas semanas jogando títulos como “Spider-Man: Miles Morales” e “Deathloop”, mas logo voltei ao Xbox, atraído pelo fluxo constante de novidades no Game Pass.
Pulei “Spider-Man 2” e “God of War: Ragnarok” não porque duvide da qualidade desses jogos, mas porque o Game Pass sempre me oferece alternativas que não exigem um investimento adicional de R$ 350 por título. Em um cenário onde há tanto para jogar o tempo todo, um jogo realmente precisa capturar minha atenção para me fazer desembolsar esse valor, especialmente quando tenho uma biblioteca enorme à minha disposição por uma fração do custo.
O hardware importa: detalhes técnicos que fazem diferença

Embora a conversa sobre “console wars” frequentemente se concentre em jogos exclusivos, o hardware em si também merece atenção. O Xbox Series X possui um processador customizado AMD Zen 2 de 8 núcleos a 3,8 GHz, 16GB de memória RAM GDDR6 e um SSD NVMe personalizado de 1TB com velocidades de leitura impressionantes.
Na prática, isso se traduz em tempos de carregamento extremamente rápidos e uma experiência fluida de jogo, especialmente em títulos otimizados para tirar proveito do hardware. A tecnologia Quick Resume, que permite alternar entre vários jogos quase instantaneamente, é algo que uso diariamente e sinto falta quando jogo no PS5.
Outro diferencial técnico é o suporte abrangente a tecnologias como Ray Tracing e Variable Refresh Rate (VRR) desde o lançamento do console. Em jogos com suporte a VRR, a experiência é significativamente mais suave, especialmente em títulos onde a taxa de atualização pode variar durante sessões intensas de gameplay.
Não posso deixar de mencionar a retrocompatibilidade expandida, que permite jogar títulos de gerações anteriores com melhorias automáticas de resolução e FPS. Muitos jogos do Xbox 360 e do Xbox original rodam a 60 FPS no Series X, oferecendo uma experiência significativamente melhor do que a original.
O futuro do Xbox: por que continuarei investindo na plataforma
Há rumores persistentes sobre o próximo passo da Microsoft no mercado de consoles. Embora a empresa tenha confirmado que trabalha na próxima geração, especulações sobre um possível portátil Xbox e integrações com lojas de terceiros como Steam alimentam discussões entre os fãs.
A ideia de ter um console Xbox que também ofereça acesso à minha biblioteca do Steam soa como um sonho para mim. Como alguém que possui jogos em várias plataformas, a possibilidade de centralizar tudo em um único dispositivo é extremamente atraente.
A continuidade do ecossistema também pesa na minha decisão. Sabendo que a Microsoft está comprometida em manter a compatibilidade entre gerações, tenho confiança de que minha biblioteca de jogos continuará acessível no próximo hardware, algo que nem sempre foi garantido em outras plataformas.
Além da “guerra de consoles”
O Xbox certamente não está “morto”, mas está evoluindo para algo diferente do que conhecíamos. A Microsoft está redefinindo o que significa ser uma plataforma de jogos em 2025, focando mais na acessibilidade do conteúdo do que na exclusividade do hardware.
Para mim, o valor do Xbox está na combinação de um serviço acessível e abrangente com um hardware poderoso e versátil. O Game Pass continua sendo o melhor negócio em jogos atualmente, especialmente no contexto brasileiro, onde os preços dos jogos podem ser proibitivos.
Se você está considerando entrar no ecossistema Xbox ou se perguntando se vale a pena manter seu console, minha resposta é um enfático sim. A plataforma oferece uma proposta de valor única que, dependendo do seu perfil de jogador, pode superar facilmente o apelo dos exclusivos da concorrência.
E você, o que pensa sobre o futuro do Xbox? Já experimentou o Game Pass ou ainda prefere a abordagem tradicional de comprar jogos individualmente? Compartilhe sua opinião nos comentários!