Para quem está ansioso para mergulhar em mais uma dose de ação frenética no universo de Call of Duty, o beta de Black Ops 7 chegou prometendo ser o aperitivo perfeito para o lançamento oficial no dia 14 de novembro. Milhares de jogadores ao redor do mundo logaram ansiosos para testar mecânicas novas, mapas inéditos e aquela adrenalina pura de tiroteios intensos. Mas, como sempre nessa indústria, a empolgação durou pouco: os cheaters já estão por aí, estragando a diversão de todo mundo.
A Treyarch, desenvolvedora por trás do jogo, caprichou nas exigências técnicas para o beta no PC. Para entrar na partida, você precisa ativar o TPM 2.0 e o Secure Boot – medidas que, segundo eles, visam criar um ambiente mais blindado contra trapaças, vasculhando o sistema em níveis mais profundos. A ideia é nobre: imagine um anti-cheat que vai até o kernel do seu computador para flagrar qualquer malandragem. No papel, soa como um passo gigante para limpar o lobby.
Só que a realidade bateu à porta mais rápido do que o esperado. Mal o beta rolou, e as redes sociais – especialmente o X – começaram a bombar com vídeos de jogadores exibindo hacks de parede e bots de mira precisos como laser. Um clipe em particular viralizou, mostrando um sujeito atravessando inimigos invisíveis e acertando headshots impossíveis.
@ItsHapa wtf i thought it was gonna be new cod new anticheat changes? why are there cheats already up pic.twitter.com/erDg8ndaRU
— HateToSeeMeComing (@Hatetoseey5240) October 2, 2025
A Treyarch reagiu rápido, banindo a conta manualmente, mas o estrago já estava feito: a pergunta na boca de todos é, como esses truques velhos ainda funcionam em um título tão novo?
O problema, no fundo, é uma questão de timing. O beta roda com uma versão básica do Ricochet, o anti-cheat proprietário da Activision, mas sem as atualizações mais pesadas que chegam só no lançamento completo. É como convidar a galera para uma festa sem trancar as portas direito – os indesejados entram e bagunçam tudo. Esses cheats, que já aterrorizavam lobbies antigos da série, parecem ter sido adaptados rapidinho para o novo motor do jogo. Resultado? Partidas que deviam ser justas viram circo de unfair play, com relatos de frustração de quem só quer suar a camisa de forma honesta.
O ciclo vicioso dos FPS e as lições de Call of Duty
Isso não é novidade para quem acompanha o gênero de tiro em primeira pessoa. É um eterno pingue-pongue entre devs e os criadores de cheats: uma atualização anti-cheat varre hordas de trapaceiros, o lobby limpa por um tempo, mas logo os hackers dissecam o código e voltam mais fortes. Na franquia Call of Duty, isso rola há anos, transformando comunidades vibrantes em campos minados de desconfiança. É frustrante ver um beta, que deveria ser um playground para feedback genuíno, virar vitrine para exploits baratos.
Pelo menos, a Activision não está de braços cruzados o tempo todo. Mais cedo este ano, eles liberaram uma opção para donos de console: desligar o crossplay. Sim, é um reconhecimento implícito de que a maioria dos cheaters vem do PC, onde é mais fácil instalar esses programas maliciosos. Se você joga no sofá com o controle na mão, ativar isso pode ser o escudo que salva sua sanidade – e evita que um aimbot de desktop invada sua sessão de PS5 ou Xbox.
Para contextualizar, não é só a Activision que dança nessa valsa. O beta aberto de Battlefield 6, concorrente direto deste ano, também foi assolado por uma praga de cheaters. A EA, por lá, teve que suar a testa e baniu mais de 300 mil contas durante o período de testes. É um lembrete de que, no mundo dos grandes FPS, a guerra contra as trapaças é coletiva. Cada estúdio investe em ferramentas mais espertas, mas os hackers evoluem no mesmo ritmo – ou pior.
E agora, o que fazer enquanto espera o lançamento?
No fim das contas, o beta de Black Ops 7 é um lembrete amargo de que a perfeição em multiplayer ainda é um sonho distante. Mas há esperança: com o Ricochet turbinado chegando em novembro, e opções como o crossplay opcional, os devs mostram que estão ouvindo a comunidade.
Enquanto isso, jogadores, segurem firme – reportem os suspeitos, joguem nos consoles se puderem e cruzem os dedos para que o lançamento venha com lobbies mais limpos. Porque, no fundo, o que torna Call of Duty especial é aquela sensação de vitória suada, não de um cheat fácil.
Fonte: eurogamer
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