REVIEW | Mandragora: Whispers of the Witch Tree é a união de metroidvania e soulslike que você definitivamente deve experimentar

O que aconteceria se combinássemos os gêneros metroidvania e soulslike em um só game? O resultado é Mandragora: Whispers of the Witch Tree, divertido game da produtora húngara Primal Game Studio e que está disponível para PC, PlayStation 5, Xbox Series S|X e Nintendo Switch.

O jogo se tornou possível graças a uma campanha no Kickstarter, iniciada em 2022. Mais de 5 mil usuários participaram e doaram cerca de US$ 300 mil para que o jogo fosse lançado.

O resultado chegou às lojas em abril deste ano, mas ainda com alguns problemas. Agora, em julho de 2025, com algumas atualizações liberadas, já podemos dizer que a experiência definitiva está disponível.

Mandragora: por que você deve dar uma chance ao game?

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um game 2.5D que mistura elementos metroidvania e soulslike. Em outras palavras, você pode esperar mapas intrincados e repletos de áreas secretas combinados com um nível de dificuldade acima da média, mas perfeitamente superável com um pouco de treino e reconhecimento dos movimentos dos inimigos.

A história do game não é o seu ponto forte, apesar de haver muitos diálogos e textos presentes em documentos e artefatos encontrados. O responsável pelo roteiro é Brian Mitsoda, mesmo escritor de Vampire: The Masquerade – Bloodlines, mas confesso que a trama em si não é algo que me chamou muita atenção.

De início, você escolher um Inquisidor e uma entre seis classes – Vanguarda, Agente das Chamas, Arcanista do Caos, Sombra da Noite, Guardião Selvagem e Celestial. A serviço do Clérigo Rei, sua tarefa é eliminar as forças sombrias que invadiram a realidade de Faelduun e mandar pra longe as criaturas que insistem em perturbar a paz do local.

Mandragora Whispers of the Witch Tree
Imagem: Divulgação/Primal Game Studio.

Arte visual caprichada

Um dos aspectos que mais chama atenção em Mandragora: Whispers of the Witch Tree é o seu visual. As artes dos cenários se assemelham a pinturas, com elementos de primeiro e segundo planos elaborados com capricho.

Combinado com uma trilha sonora envolvente, a ambientação acaba sendo um dos pontos fortes do game. Se não chega a ser algo, é um entretenimento no mínimo bastante competente. O clima contribui ainda para que, mesmo com alguns combates repetitivos em alguns momentos, haja estímulo para seguir em frente.

Mandragora Whispers of the Witch Tree
Imagem: Divulgação/Primal Game Studio.

Jogabilidade acessível e fator replay satisfatório

Entre todos os elementos de Mandragora: Whispers of the Witch Tree, talvez o que mais tenha me agradado seja a jogabilidade. Sim, o game tem seus problemas, como uma movimentação lenta em alguns combates, especialmente no início, mas é possível evoluir.

À medida que você avança e atribui seus pontos de habilidade, de certa forma sua experiência se transforma. Você não fica preso à classe inicial e, combinando elementos, é possível utilizar até duas classes de uma vez. E itens e equipamentos não faltam: são mais de 300 para você combinar e seguir lutando contra um nível de dificuldade crescente.

A mecânica do jogo se sobrepõe à história. Em outras palavras, você fica “viciado” em querer completar missões e abrir áreas do mapa pelo espírito do jogo, mas não pela história em si.

Para evoluir seu personagem, será preciso cumprir muitas missões secundárias. Coletar dicas nos diálogos com os NPCs também é igualmente importante (e tudo está traduzido em bom português). Isso tudo faz com que o jogador tenha a sensação de que nada está ali por acaso e acaba valendo a pena explorar os mapas em cada detalhe.

Mandragora Whispers of the Witch Tree
Imagem: Divulgação/Primal Game Studio.

Combates poderiam ser mais instigantes

Não chega a ser um ponto negativo, mas depois de um certo momento cansa um pouco ver que a variedade de inimigos não é tão grande assim. Isso faz com que você esbarre em uma mera decoreba de mecânicas de repetição de ataques. Poderia ter um pouco mais diversidade nesse aspecto.

Memorizar as formas de ataques dos chefes de nível é a sua principal missão. Eles são previsíveis, mas leva um certo tempo até você pegar o jeito de cada contra-ataque, e é justamente aí que está a graça do jogo. Você vai morrer muitas vezes antes de conseguir seguir adianta – e em diversas ocasiões seu último ponto de save fará com que você tenha que enfrentar muitos inimigos “comuns” antes da luta principal.

Para quem desiste fácil ou não quer se estressar com combates como esses, sem dúvida é um sinal vermelho. Porém, para os mais pacientes, a recompensa é certeira. Você vai querer jogar mais e mais até superar cada desafio.

Mandragora Whispers of the Witch Tree
Imagem: Divulgação/Primal Game Studio.

Vale a pena?

Se você é fã do gênero, Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um jogo que definitivamente precisa entrar na sua lista de desejos. El não apenas mistura elementos metroidvania e soulslikes, como o faz de forma equilibrada. Mesmo não sendo fã de jogos com nível de dificuldade maior, ainda assim você vai conseguir se sair bem nos combates e evoluir, se souber combinar elementos.

Mandragora é um ótimo entretenimento, mas não espere algo muito elaborado ao mergulhar no lore do jogo.

O seu aprendizado maior será no entendimento dos padrões de combate de cada inimigo. Sair correndo e enfrentar todos de peito aberto nunca é um bom negócio. É preciso ter paciência, entender os movimentos do oponente e criar uma estratégia de ataque. Para isso você vai morrer algumas vezes antes de ter sucesso.

Mandragora: Whispers of the Witch Tree conquista você pela insistência. A jogabilidade é convidativa a ponto de fazer as coisas parecerem fáceis, mas na maioria das vezes não é assim que funciona. E depois que você aprende a estratégia e vence, fica no ar aquela sensação gostosa de ter superado o desafio.

Prós

Arte visual caprichada

Boa mistura de elementos soulslike e metroidvania

Possibilidade de usar mais de uma classe com o mesmo personagem

Árvore de evolução rica versátil e centenas de itens para evolução

Para colecionistas, a exploração vale muito a pena

Contras

História fraca e pouco estimulante

Pouca variedade de inimigos

Combate mais lento,especialmente, no início do jogo pode desestimular o jogador

Mandragora: Whispers of the Witch Tree, na versão para PC (Steam), foi gentilmente cedido pela Primal Game Studio para a realização desta análise.

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