Menos de duas semanas após seu lançamento oficial, o Nintendo Switch 2 já enfrenta acusações relacionadas ao temido drift nos Joy-Cons, problema que atormentou milhares de jogadores na geração anterior. Um usuário compartilhou nas redes sociais evidências de um possível drift no seu controle recém-adquirido, reacendendo preocupações sobre a durabilidade dos novos periféricos e questionando a decisão da Nintendo em não implementar a tecnologia Hall Effect nos controladores.
O relato ganhou grande repercussão no Reddit e posteriormente migrou para outras plataformas, incluindo o X (antigo Twitter), onde jogadores manifestaram apreensão quanto à persistência do problema que tanto afetou o modelo original do console. A Nintendo, por sua vez, reagiu prontamente ao caso específico, oferecendo reparo sem questionar o usuário afetado.
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Para quem não está familiarizado, o drift é um fenômeno que faz com que os controles registrem movimentos mesmo sem a interação do jogador. O problema surge principalmente devido ao acúmulo de poeira e desgaste natural dos componentes internos, especialmente dos potenciômetros responsáveis pela detecção de movimento nos eixos X e Y. Com o uso constante, esses componentes sofrem deterioração, gerando falsos comandos que podem comprometer seriamente a experiência de jogo.
A primeira geração do Nintendo Switch ficou notoriamente marcada por este problema, gerando inclusive processos judiciais contra a fabricante japonesa. Como resposta, a Nintendo chegou a oferecer reparos gratuitos para os controles afetados, incluindo no Brasil, mas a questão nunca foi completamente solucionada no design dos Joy-Cons originais.
Muitos entusiastas e especialistas esperavam que a Nintendo implementasse a tecnologia Hall Effect nos novos Joy-Cons do Switch 2, um recurso já adotado por fabricantes terceirizados de controles. Diferentemente dos potenciômetros tradicionais, o Hall Effect utiliza ímãs para detectar variações na corrente elétrica, reduzindo significativamente o atrito entre os componentes e, consequentemente, minimizando as chances do surgimento do drift.
Nintendo confirma ausência de Hall Effect, mas promete durabilidade
Em abril deste ano, Nate Bihldorff, vice-presidente de Produtos e Publicações da Nintendo of America, confirmou que os novos Joy-Cons não contariam com a tecnologia Hall Effect. Apesar disso, o executivo garantiu que os controles são “muito bons” e destacou que foram projetados completamente do zero, sem reutilizar peças do modelo anterior.
A declaração não foi suficiente para acalmar os ânimos da comunidade, que agora observa com apreensão o relato do usuário do Reddit identificado como “NearlyCrossing”. Em seu post, ele descreveu que recebeu seu Switch 2 do Walmart e, poucos dias depois, notou problemas no Joy-Con esquerdo: “O Joy-Con esquerdo parecia meio torto, mas ainda consegui jogar Mario Kart World. Hoje o direcional piorou ao empurrar para a direita. Acho que já estou com drift no analógico ou algo assim.”
I got Joy-Con stick drift out of the box
byu/NearlyCrossing inSwitch
O vídeo compartilhado pelo usuário mostra o controle registrando movimentos sem ser tocado, sintoma característico do drift. Após contatar o suporte da Nintendo, NearlyCrossing relatou que a empresa prontamente se ofereceu para consertar o dispositivo sem fazer perguntas adicionais, o que pode ser interpretado como uma postura preventiva da companhia diante de possíveis problemas generalizados.
É importante notar que, dado o curto período desde o lançamento do console, é improvável que o problema seja efetivamente o drift tradicional, que geralmente resulta do desgaste prolongado. Especialistas especulam que possa se tratar de um defeito de fabricação específico ou outro tipo de falha técnica, não necessariamente o mesmo problema crônico que afetou a geração anterior.
A comunidade brasileira de jogadores acompanha atentamente o desenrolar da situação, especialmente considerando que o Nintendo Switch 2 chegou recentemente ao país com preços elevados. A preocupação com a durabilidade dos controles é particularmente relevante no Brasil, onde os custos de reposição de periféricos tendem a ser significativamente mais altos em comparação a outros mercados.
Por enquanto, trata-se de um caso isolado, e será necessário mais tempo para determinar se o problema do drift realmente persiste na nova geração do console ou se foi apenas um incidente pontual. A Nintendo, no entanto, parece estar adotando uma postura proativa ao oferecer reparos imediatos, possivelmente para evitar uma repetição da crise de imagem enfrentada com o modelo original.